Perdemos então, a elegância, que dia a dia vai se esvaindo, se escondendo sabe-se lá onde e as relações vão ficando mais rígidas, mais objetivas, é bem verdade, e o corre-corre atrás da sobrevivência desfigura as pessoas, faz com que tudo o que deveríamos estar passando para nossas futuras gerações em termos de elegância seja relegado a um segundo, ou terceiro plano até e nossos jovens vão perdendo cada vez mais uma convivência saudável para logo mais lamentarem por tudo o que perderam.
Em outros tempos, até mesmo os marginais eram mais elegantes, ladrões, assaltantes, e muitos outros proporcionavam para a vítima um certo conforto quando era abordada. Hoje em dia eles primeiro atiram para depois avisar que trata-se de um crime.
Se formos analisar de onde vem saindo tudo isto, podemos nos qualificar como os maiores precursores de tudo isto, quando vemos a ética profissional e política ser deliberadamente enterrada, ou simplesmente corroída e ficamos pasmos perante a tudo o que acontece, a todos os exemplos que nossos jovens admiram de nossos líderes, das autoridades da nação.
Escândalos vão acontecendo dia após dia sem que os verdadeiros culpados sejam punidos e em nosso entorno as coisas vão cheirando mal, o exemplo é cada vez mais nefasto, assim cruzamos os braços e vamos tratando de nossas vidas, aceitando todas estas intempéries até que seja a normalidade das coisas, até que o bizarro seja o certo, o que convém a nossa sociedade detentora do poder econômico nos transforme em verdadeiros acéfalos ou irracionais que pouco fazem para a melhor convivência entre os seres que se julgam racionais.
Estamos em um momento que povos atacam povos impunemente, até mesmo por motivos religiosos, a marginália ataca a polícia, que sabe até mesmo que está dentro dos próprios presídios o comando, que tem até nome, como se fosse partido político, que políticos compram votos de outros para aprovar ou rejeitar leis, que temos um congresso de bonecos, que mesmo que votem em algo que o governo não gostou ele veta e pronto.
Estamos chegando a um ponto que a normalidade é uma coisa bem oposta à ética à elegância e ao convívio social adequado à qualquer povo, onde até mesmo a sensualidade deu adeus à nossas vidas e o sexo se transformou em uma coisa banal. Até mesmo os homens que em outros tempos sofriam para ver uma simples canela, hoje correm da igualdade que as mulheres sempre procuraram.
Jorge Acunha
Publicado em: Rádio Minuano 05/08/2006
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